sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mulheres, assexuados e tarados

Eu tenho um dom: investir e ficar amigo demais.

Dom é o caralho.
Beleza, eu gosto de amigas. Não tô reclamando disso, não mesmo.
O fato é que quando você se torna verdadeiramente amigo de uma mulher, você se torna assexuado.
Não sei em outras idades, mas até a faixa etária em que me encontro, sempre foi assim.

Eu não sou um exemplo de alguém que passa e chama a atenção das meninas. Tenho noção de que não sou feio, ou sei lá. Mas sei que não tenho presença.
Se eu tiver interesse em alguém eu vou ter que me esforçar um pouquinho. Vou ter que ir além.
Balada? Esquece. Eu nem tento. Nem gosto de balada mesmo, mas quando eu vou eu sei que não vai ser pra pegar ninguém.

Enfim. Pra você ter alguma coisa com uma menina algo em você tem que chamar a atenção dela. E comigo eu sei que vai ter que ser na conversa.
E bom, não tenho habilidade nem paciência pra brotar assuntos com quem não conheço. Então eu dificilmente ganho algum destaque de cara.

Com isso, eu preciso de tempo. Se eu tiver tempo, e houver compatibilidade, eu vou mostrar que sou legal. Até demais. E quem é legal demais é o quê? É amigo.

Podem dizer que eu sou filho da puta e só tenho interesse em sair pegando geral. Obviamente isso não é a verdade.
Eu não teria que explicar isso, afinal ninguém lê isso aqui mesmo, mas eu vou.

Como eu disse no começo, eu gosto de ter amigas. Não me aproximo de meninas pelo único fato de querer pegar elas, mas é claro que isso é inevitável. Ainda mais depois que eu conheço mais a pessoa, gosto da companhia dela e etc.
Acontece que eu viro "amigo gay". E EU NÃO SOU GAY PORRA. Não adianta vir com essa de que é amiga quase homem. Claro, tenho vários exemplos de amigas assim, que eu acabo tratando como se fosse um "brother", mas no fundo - e nem tão no fundo assim - não é desse jeito que funciona.

Um homem NUNCA vai ver uma amiga mulher como outro homem.
Ele pode tratar ela como um homem, falar coisas e fazer coisas que não faria na frente de qualquer mulher. Ele pode até nem ter interesse mesmo.
Ah, mas se ele tiver oportunidade, esquece esse papo.

E isso não é comigo. Isso é um fato.

Homens gostam de amigas porque conseguem entender um mínimo do que se passa na cabeça delas. Amigas te dizem a verdade, na lata. Elas não fazem joguinhos porque elas não querem nada com você.
Mulheres gostam de amigos porque homens são leais.
Podem dizer o que for de um homem, mas temos nossas regras quando se trata de amizade. E entre as mulheres isso não existe.
Há outros motivos, mas isso é o geral.

Você percebe que você passou do limite de um conhecido para um amigo quando a menina passa a comentar com você sobre outros caras, sobre os rolos dela etc etc etc.
E fica pior ainda quando elas começam a soltar que estão carentes, que estão precisando de sexo e coisas do tipo.
PUTA QUE ME PARIU. Novamente, eu não sou um amigo gay, por mais que pareça. O que você quer que eu fale?
Cara, eu já ouvi esse tipo de coisa muitas vezes. Muitas mesmo. E eu sou burro, porque o que eu deveria falar é "tá assim porque quer, porra".
Na verdade já falei isso várias vezes, mas normalmente sem insinuar nada. Porque o que acontece quando eu insinuo? Eu tenho que fingir que é brincadeira depois, porque parece que é um crime o fato de eu ser um puta amigo e ao mesmo ter outros interesses.

Se uma mulher ler isso, principalmente se for amiga minha, vai achar que eu sou um tarado escroto.
Não, é que eu gosto de mulher mesmo. Se eu fosse isso eu ia falar na cara o que eu penso toda vez que ouço essas coisas.
Minha mãe sempre diz que eu sou lerdo e que um dia vou me arrepender de todas as oportunidades que já perdi. E é verdade.

Mas aí entramos em um outro ponto, que inclusive já discuti muito por aqui. O negócio é que mulher não quer o bonzinho que tá do lado dela ouvindo e tentando entender.
Mulher quer aquele que não retornou a ligação, o que esnobou, o que preferiu outra, o que sumiu sem explicação.
Elas simplesmente não conseguem entender o fato de um homem não as quererem. E eu realmente fico admirando de como isso é verdade.

Isso virou um dos maiores posts do blog, mas é porque esse assunto já tava engasgado há tempos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Companheiros e barreiras

Pela primeira vez eu senti um laço mais forte com pessoas daqui.

Apesar de não suportar muita gente, tem alguns que eu gosto muito. Mas sei lá, sempre foi meio superficial.
Minha mãe disse há um tempo que eu demoraria pra criar uma relação mais forte na faculdade, e eu discordei. Pra mim eu nunca criaria uma relação tão forte como a dos meus amigos antigos.

Claro que tão forte não ia ser mesmo, mas até o semestre passado eu não tinha me identificado de verdade com ninguém da minha sala ou outro lugar.
E ontem eu senti que eu posso estar errado.

A questão não era só me identificar.
Eu sentia falta de ter companheiros. É isso que tenho em Garça.
Não são apenas amigos. São pessoas que posso contar, pessoas que eu ligo a qualquer hora e estão prontos pra tudo. Pessoas que me conhecem e me entendem. Onde eu falo e faço sem pensar.

Eu sei que isso leva tempo, mas nunca tive nenhuma perspectiva de encontrar esse tipo de coisa por aqui.
Até porque em Marília também foi assim. Alguns anos de relação com tanta gente de lá e posso contar nos dedos quem não vai estranhar minhas bizarrices. Com quem eu posso ser eu mesmo.

Estou voltando a ser eu mesmo. Até mesmo com quem não vai me entender.
Estou me encaixando, eu acho.
As barreiras estão caindo aos poucos, e tudo fica melhor assim.