sexta-feira, 23 de abril de 2010

Grande farsa

Eu preciso do meu tempo às vezes. Do meu tempo pra pensar. Do meu tempo pra decidir.
Preciso saber o que estou fazendo. Saber, ter certeza. Preciso ver que sou eu.

É um certo egoísmo normalmente. Mas eu preciso do meu tempo.

Às vezes tenho que sumir e perceber que todos estão longe. E estão muito perto também. Posso entrar em desespero alguma hora, mas ninguém vai nunca saber.

Sinto um prazeroso incômodo quando vejo pessoas chorando. Seja na vida real ou não. Gosto de ver, tenho vontade de acompanhar o choro, e imediatamente percebo como é ruim ser a prova de lágrimas.
As poucas vezes que eu chorei foram sempre libertadoras. Todas as vezes foram extremas, chorei de soluçar. E eu lembro muito bem como foi bom.

Querer chorar não é querer tristeza. É o total oposto disso. É querer tirar a tristeza de dentro. Putz, tem tanta coisa guardada que eu nem percebo mais. Coisas antigas que cicatrizaram na porrada. Coisas que não importam mais.

Às vezes me sinto completamente sozinho com um monte de gente a minha volta. Me dá vontade de fugir, de gritar, de soltar coisas que nem eu sei que estão presas.
Parece que não sinto as coisas, que não importo, que nada me afeta, mas às vezes tudo que eu faço é correr discretamente pro colo da minha mãe e retomar a força que eu preciso pra continuar essa farsa.

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