sábado, 22 de maio de 2010

Meu tempo sozinho

Percebo às vezes que sou um bocado cuzão.

Praticamente não tenho tempo sozinho. Tem sempre alguém, querendo conversar ou não, querendo fazer alguma coisa ou não, mas tem sempre alguém lá.
Não gosto de ficar sozinho, mas esse ficar significa o tempo todo. E é justamente o contrário que acontece, e isso é um pé no saco. Os raros momentos que eu tenho só pra mim são: hora de dormir, e locomoção entre um lugar e outro.

Eu costumava pensar muito antes de dormir, mas praticamente não faço mais isso. Percebi que agora faço isso o tempo todo, e não sobra nada pra quando vou dormir. É como se eu estivesse sozinho o tempo todo, então passo meu dia tirando conclusões, planejando coisas e expressando minha opinião sobre qualquer coisa silenciosamente. É estranho, mas é automático. E acho que só parei pra pensar nisso enquanto escrevo esse post.

E enfim, o ponto de ser cuzão é que eu gosto de estar sozinho nos únicos momentos que posso fazer isso. Há um monte de gente que eu nunca vi antes a minha volta, seja no ônibus, no mercado, nos corredores da faculdade ou sei lá, mas não importa, estou sozinho. Mas no momento que aparece pessoas da minha sala, não estou mais sozinho. E me vem uma raiva contida no mesmo momento.
Quero andar, ouvir as músicas que estou a fim de ouvir no momento, pensar e pensar e pensar. E me vem algum idiota atrapalhar tudo.
É o tipo de situação em que você não tem escolha. Seria bom se você pudesse falar que não quer conversar naquele momento, e não precisasse explicar mais nada. Seria bom se você pudesse dizer isso e as pessoas entendessem.
Ou talvez eu seja chato pra caralho mesmo.
O que eu realmente não me importo.

Talvez também seja o caso de as pessoas da minha sala não serem tão interessantes ao ponto de eu preferir elas ao meu momento sozinho.
Não todas, mas boa parte das pessoas daquela sala me cansa. Não que eu não seja estranho o bastante pra falar algo deles, mas não é isso.
Eu gosto de gente estranha. É quem normalmente me chama mais a atenção.
Eles não são estranhos. São até normais demais. Bobos demais.
É meio foda não me identificar com praticamente ninguém do meu próprio curso. Às vezes parece que não pertenço a aquele grupo. Às vezes parece que ninguém pertence a aquele grupo.
Sei lá, pelo menos eu sei que o problema não é o curso em si. Estou muito feliz com ele. Mas as pessoas não ajudam.

Eventualmente eu apareço e falo mais.

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