quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Vento Perdido

Tinha a todos seus sorrisos
Sem medo vivia livre
Tinha medo que fosse embora
Agora pode ser sua hora

Confusão que a trazia
A loucura chega mais perto
E como sempre era incerto
Era agora a sua mania

Nem seus sonhos avisaram
Seus sonhos agora acabados
Tinha ela então dois lados
E ela nada escolheu
E ela então se esqueceu

Seu medo era não ter medo
Medo do fim ser mais cedo
Escolheu então o que não viu
Sabia ser como se pediu

Dizia viver sem intenção
E que nada disso valia seu perdão
Seu rosto calmo se inundava
Sua boca inquieta não esperava

Passava ela a noite acordada
Encarava o breu sem esquecer
Sem esquecer do seu maior prazer
E nos seus olhos o vazio
De quem pensa muito e não diz nada

De quem já riu tanto até cair
E se sente a pessoa mais amada
E sem querer chama tudo pra si
Quieta e incerta, mas de voz calada

Mas ela vai e não se cansa
Ela vai em frente tão mansa
Sabe agora que tudo pode
E ninguém sabe mais que ela mesma

Ela vai feliz caminhando para o fim
Encara o vento e a luz de frente
Assiste toda a beleza que lhe chama
E chama mais que qualquer um
E ela nunca soube entender

Ela só sabe agora correr
Deixa suas lágrimas por onde passa
Porque agora ela entende
Ela liberou sua mente

Faz sua vida valer por inteiro
Seu medo não é mais medo
E parecia tão cedo que ela só podia sorrir
E correr mais para o seu vento

Vontade de entender e não perder
Vontade de uma vida inteira
Que ela tinha a sua frente
E parecia tão diferente
Pois agora tudo é claro

Ela encontrou seu caminho tão longe
Encontrou seu eu sempre perdido
Era tudo que ela tinha pedido
Tinha pedido e não sabia

O gosto amargo ela não conhece mais
Seus olhos fechados e boca tão quieta
Ela podia agora ser incerta
E ser o que sempre foi sem saber

E continuava a correr
Correr do nada que ela não pertencia
E que se libertaria um dia
O dia que valeu toda a sua vida

(Dez/2008)

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