quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

La Mer

Ela tira meu fôlego. Ela me tira de mim.
Ela estava voando quando a vi, e foi ali mesmo que percebi que estivemos sempre ligados. Sempre sonhando, sempre perdidos. Somos uva com chocolate, abacaxi com menta. Somos nós e não somos nada.
Pulei nela e não a soltei nunca. Não quis soltar.
Seus olhos brilhavam, e seu sorriso tímido aumentava. E aumentava e aumentava. E seu rosto se misturava ao vento, e às nuvens. Ela era tudo, ela estava em tudo. E eu estava nela.
Tentei seguir, fiz de tudo. Mas não podia acompanhar. Não podia, não devia.
Não era pra ser seguida nem cuidada. Não era pra nada. Ela pertence a tudo e a nada. Ela está onde não estou. Ela é o que ninguém pode ser.
Ela me faz pensar que o vento vai bater no meu rosto e eu vou sorrir por isso. Me faz pensar no agora e no nunca.
Eu apago, eu desapareço, eu sonho. Eu sonho tanto, e não canso nunca.
Sonho com ela e sonho que eu posso voar. E posso nadar também. E eu nado tão fundo, e não tenho medo.
Eu não canso porque ela não cansa.
Não me acorde. Não me acorde!
Quero voar mais. Quero voar pra sempre. Quero mergulhar no céu, e quero cair sem sentir.
E quando caio ela sorri mais. E mais e mais. E brilha como o fim de tudo e o início de nada. Brilha dentro de mim.
Eu corro. Corro e corro e corro. E ela corre comigo. Perdida como eu. Esquecida como eu. Feliz como eu.
Ela aperta minha mão. Aperta tão forte que me faz explodir. E eu fecho seus olhos, e sonhamos juntos. Sonhamos e gritamos, e não somos nada.
Nada é o que resta. Nada é o que basta. E no nada desmanchamos, e somos um só.

E quem era ela?
Quem souber que guarde pra si e não me conte.

"and when the day arrives
i'll become the sky
and i'll become the sea

and the sea will come to kiss me
for i am going
home

nothing can stop me now"

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